terça-feira, 18 de junho de 2013

PRÓLOGO

P R Ó L O G O

- A sinceridade como valor supremo…
   A publicação alvo deste trabalho resultou,  em primeiro plano, do propósito inicial de divulgar um conjunto de observações e registros, respectivamente construídos e escritos durante a vida em curso,  bem como, pelo desejo de compartilhar experiências adquiridas em diferentes fases desse caminhar constante, em função de cenários amplamente diversificados e vivenciados, enquanto profissional ligado a área de ensino. Tais experiências receberam influências das práticas vivenciadas em vários outros setores do conhecimento, aliadas a amplitude de concepções que a formação acadêmica tem oferecido como suporte e capacidade de observção. Desenvolveu-se também, um grau considerável de esforço, respaldado pelo subjetivismo teórico implícito em cada pilar de estruturação e sequenciamento do texto,  visando construir-se uma obra quase que imune às inserções de outras linhas de pensamento, a não ser, através de citações consagradas no âmbito literário com o objetivo de reforçar determinados preâmbulos.  A avaliação parcial da obra implica no surgimento de um trabalho diversificado em conteúdos, segmentados nas mais variadas linhas do conhecimento, apesar de sua limitação em relação a profundidade de cada, e dotada de uma primazia “sui generis”em constituir-se numa espécie de bússola norteadora ; orientando, corrigindo, e refazendo um navegar constante, em mares emocionais desconhecidos e, às vezes, revoltos e turbulentos, dependendo do rumo a ser interpretado e decidido na ocasião. As  tempestades e as batalhas emocionais surgidas no desenrolar dos acontecimentos, consagraram-se mentalmente por terem estimulado, cada vez mais, à conclusão dos resultados. 
           Render-se ao reconhecimento pela inserção de lampejos de  calmaria aparente,  faz-se plenamente necessário. Até pelo fato de querer-se sublimar a “sinceridade” como um dos valores supremos no decorrer de tudo aquilo que se pretenda realizar. Todavia, é verdadeiro também denunciar-se os poucos instantes de harmonia prazerosa obtidos durante a instalação,  com exatidão,  desses lampejos, que,  se de um lado promoviam um certo contentamento lançado ao interior do ser, por outro, não difundiam-se de forma significativa a ecoarem-se como “animus” de satisfação em sua plenitude maior. Mesmo assim, por menor intensidade com que puderam expressar-se, serviram de suporte emocional positivo, no sentido de  afastarem o sofrimento borbulhante e circunscrevente ao ambiente de execução do trabalho, que, quase sempre, desenhava-se na tentativa de camuflar o rumo correto a ser trilhado, ou afastar teoricamente o caminho ideal ao equilíbrio, diante das incertezas que normalmente gotejavam de forma contrária as deliberações poéticas literalmente dotadas de  suas características naturais.
 
   – O ser humano e os sonhos de felicidade…
            É sabido que a grande meta de todos tem se reveladodo na conquista da felicidade eterna e total. Por sinal, a busca pela felicidade representa ao longo da vida de cada ser humano, a “nau capitânea” de quase todo o seu empreendimento emocional. Não raramente, o ser é levado a rebuscar a satisfação plena desse pleito nos mais escarpados obstáculos e meandros irrestritos que a vida em comum tende a oferecer; ora pela tentativa da supressão total de todos os sentimentos negativos, ora por meio da reconciliação e crença de um mundo melhor  “ pos mortem”. Contudo, constitui-se de extremada elegância,  reconhecer-se também, sobre a existência de um certo grau de prazer na liberdade de sair-se em busca de conquistas por mais remotas e difíceis que possam parecer. Buscar sempre e cada vez mais, sem perder de vista o prazer oriundo da preciosa sensação do conseguir.   
           Assim, assenta-se e estrutura-se este simples e modesto trabalho ligado a arte literária. Através de uma firme, clara e precisa compreensão de que se trata de algo inacabado, como a própria necessidade de atingir-se à perfeição.  Mesmo ousando-se fazer brotar a semente resultante de cada utopia imaginada, haverá  sempre um pouco mais, uma nova tentativa a mais, através de buscas constantes, além de qualquer outra pretensão, visando-se chegar a um melhor resultado. Por esta e outras razões, a obra também é fruto de uma coletânea de textos de natureza poética, escritos de forma sucinta e ao despertar do “debrus inspiratório”, instalado em determinados momentos na vida do autor.
       A culminância da ação de desenvolver o trabalho,  ocorreu no exato momento de indecisão entre o estabelecimento da sequência lógica de raciocínios observados ou pensados, gotejando perenemente, e a velocidade com que se transcrevia esses registros de forma eminentemente escrita, para que não deixar-se sucumbir o mínimo detalhe durante  tal reprodução. Noutros instantes, buscou-se, de forma imediata, a reconstrução de idéias de natureza meramente especulativa, quase sempre, dotadas de vieses analógicos, mas, sobretudo, de forma a estimular procedimentos e atitudes positivas, com direito ao uso fantasioso de lenços de papel, queimando atestados de óbitos de inúmeras idealizações mentais que se formavam,  diante das trovejadas assistidas e suportadas com frequência. Tais instantes, se fazem representar pela porção mais criativa da publicação, gerando contextos utópicos sobre diversos temas, recriando novas possibilidades de respostas do ser diante de paradigmas desconhecidos, além da inserção, mesmo que de forma superficial, em abordagens de cunho essencialmente filosófico. Porém, por razões de falhas corriqueiras e naturais de memória, “abrevie-se de passagem”, ser comum na elaboração de uma obra qualquer, ao agente principal da ação, deixar-se subtrair por alguns resquícios de detalhes, às vezes, não menos importantes, detectando-os em seguida tal subtração, dando margem a se repetir tudo aquilo que se fez para em seguida,desfazer-se novamente, como a própria Fênix ressurgindo das cinzas para transformar-se em cinzas a cada amanhecer. No caso específico de uma obra escrita, dialeticamente, novos argumentos surgirão e obliterarão de forma  esparadrápica e evasiva as rachaduras da área em exposição. O saldo da ação resulta no ganho ou reparo, talvez, por meio de um adorno, muitas vezes inócuo, representado por uma tira adesiva encobrindo apenas um espaço que continua aberto. Melhor assim que antes, visivelmente à esmo e à deriva das imprecações oriundas pela vida afora ou pela falta de proteção aos danos iminentes.  
–Registro dos acontecimentos…
        Plácidos, exíguos e efêmeros, foram os dissabores capitaneados pela emoção que se debruçou e esparramou-se ao lançar-se sobre a mente, durante os vários instantes de tempestades nebulosas de ideias. Verdade é   que nem sempre  angustiaram, mas, que, às vezes,  foram despejadas como lavas vulcânicas ferventes em momentos de profunda erupção emocional. Entretanto, de forma paradoxal, lançou-se mais fogo às cinzas já apagadas, onde já se encontravam encarceradas ao fundo do calabouço frio e escorregadio da caverna sentimental, o ser físico aliado ao seu interior e acobertados à solidão de si próprios. Metamorfoses aconteciam  pelas  lágrimas derramadas, com direito a um descansar indescansável pelo séquito repetido. Tolice ou não, eis a questão ! Convém,  todavia, não esquecer-se,  da essência e do valor da palavra ativa, altiva, revigorante, sincera, libertadora, que desperta vida em meio ao deserto cálido e ressequido da emoção negativa… palavra que ainda petrificada pelas experiências mal sucedidas de vida em sua dinâmica de ação, desgastada pelo temor do sonhar mais uma vez, continua presa aos lábios rachados que se definhavam pela repetição aos pedidos de socorro. Ainda assim, convém enobrecer-se pela própria consciência e o auto-reconhecimento do caráter humano, portanto, passível a desacertos, seja qual for a situação e o instante, e aceitar que o horizonte sonhado localiza-se também na forma patrocinada pelo conhecimento de se olhar a vida. Não esmaecer-se jamais, não diminuir-se, não restringir-se,  sentir-se capaz de superar qualquer tipo de centelha atroz. Pobre de quem espera como única e final alternativa de vida, alimentar-se da última gota de esperança que possa despontar do acaso. Os Amores existem ! Descobri-los… passa com certeza, pela percepção de mundo que se tem.
         Simplesmente, o autor coloca em forma de reflexões, as observações manifestas que se dão de forma espontânea aos fatos narrados. Fatos que despontam como argumentos despretensiosos. Não prosperando a idéia de qualquer anseio em consagrar-se pessoalmente através da escrita,  ou assumir a identidade semelhante a de um  “ Xamã,”  dotado de poderes especiais capazes de entrar em estados alterados de consciência. À luz da visão do escritor, a publicação em pauta, não tem a pretensão de insistir de forma  intransigente, em símbolos de comunicação inscritos por outras formas de linguagens ... Como enfoque deveras importante, mas, sem muito alarde, busca-se descrever os fatos narrados como um  manancial de acontecimentos observados sem a necessidade de enveredar-se pelo rigor científico evidente. Coletou-se  manifestações artístico-culturais, com o objetivo de publicarem-nas ou não, posteriormente.  À bem da verdade, tratam-se, tão somente, de acontecimentos fortuitos,  observados,  traduzidos e registrados ao acaso, através de um conjunto de símbolos expressos em forma de linguagem escrita, tendo-se como motor principal das ações, a preocupação substancial de evitar que o próprio tempo viesse a distanciar-se dos fatos narrados  e volatizarem-nos sem o devido registro escrito, e de forma espontânea, principalmente as ressalvas de cunho filosófico e as evidentes manifestações  do esplendor poético e literário, que tradicionalmente, insere-se holisticamente na essência de cada acontecimento.  Salientou-se, sorrateiramente, também o envolvimento  em pesquisas que expressassem com facilidade a busca e a verdade de sentimentos, presos reciprocamente, a valores diversos… A analogia de pensamentos não se realizou, pretensiosamente, como a tradução de uma mera descontextualização da realidade, efetivamente, vivenciada pelo autor. Buscou-se contudo, a aproximação mais tênue entre os universos imaginário e o real. Daí, o título : Divagações poéticas, constituir-se num livro leve, livre e verdadeiro em seu passear sobre assuntos diversos patrocinados pela Literatura, sem destituir-lhe de sua essência intrínseca, nem afogar-se lentamente nos pântanos movediços que a palavra às vezes encerra. Razões de sobra desfilam e evidenciam-se pelo fato do livro poder ser lido e interpretado em diferentes fases do domínio cognitivo, pois, não implicando em sequências de conteúdos apoteóticos, intencionalmente preparados a um determinado fim, não compromete-se em chegar ao crepúsculo de um epílogo dotado de extrema vaidade e ufanismo. O Livro, ao mesmo tempo em que fala do amor romântico, também valoriza o lúdico, o poético, o social, o conto, o político, homenageia personagens desconhecidas, refaz através da memória alguns fatos históricos, resgata acontecimentos do passado através de um esforço profundo e rememorável da mente humana, destaca artigos de considerável relevância na rotina do dia a dia, reflete sobre vida de uma forma simples e ligada a uma determinada percepção de mundo, descreve sobre acontecimentos pitorescos do cotidiano, quase sempre, protagonizados por personagens que fogem aos padrões normais de comportamento.  Procurou-se também, em determinadas citações,  acrescentar “links” para serem copiados e colados ao navegador da Internet, na iminência do leitor encontrar-se conectado e interessado em ouvir algumas das composições musicais, humildemente criadas pelo autor, com o objetivo de enfatizar cada  momento.  http://PaulloCarneiro.net





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