P R Ó L O G O
☼
- A sinceridade como valor supremo…
A publicação alvo deste trabalho
resultou, em primeiro plano, do propósito
inicial de divulgar um conjunto de observações e registros, respectivamente
construídos e escritos durante a vida em curso,
bem como, pelo desejo de compartilhar experiências adquiridas em
diferentes fases desse caminhar constante, em função de cenários amplamente diversificados
e vivenciados, enquanto profissional ligado a área de ensino. Tais experiências
receberam influências das práticas vivenciadas em vários outros setores do conhecimento,
aliadas a amplitude de concepções que a formação acadêmica tem oferecido como
suporte e capacidade de observção. Desenvolveu-se também, um grau considerável
de esforço, respaldado pelo subjetivismo teórico implícito em cada pilar de
estruturação e sequenciamento do texto, visando
construir-se uma obra quase que imune às inserções de outras linhas de
pensamento, a não ser, através de citações consagradas no âmbito literário com
o objetivo de reforçar determinados preâmbulos. A avaliação parcial da obra implica no surgimento
de um trabalho diversificado em conteúdos, segmentados nas mais variadas linhas
do conhecimento, apesar de sua limitação em relação a profundidade de cada, e dotada
de uma primazia “sui generis”em constituir-se numa espécie de bússola
norteadora ; orientando, corrigindo, e refazendo um navegar constante, em mares
emocionais desconhecidos e, às vezes, revoltos e turbulentos, dependendo do
rumo a ser interpretado e decidido na ocasião. As tempestades e as batalhas emocionais surgidas
no desenrolar dos acontecimentos, consagraram-se mentalmente por terem
estimulado, cada vez mais, à conclusão dos resultados.
Render-se ao reconhecimento pela inserção de
lampejos de calmaria aparente, faz-se plenamente necessário. Até pelo fato de
querer-se sublimar a “sinceridade” como um dos valores supremos no decorrer de
tudo aquilo que se pretenda realizar. Todavia, é verdadeiro também denunciar-se
os poucos instantes de harmonia prazerosa obtidos durante a instalação, com exatidão, desses lampejos, que, se de um lado promoviam um certo contentamento
lançado ao interior do ser, por outro, não difundiam-se de forma significativa
a ecoarem-se como “animus” de satisfação em sua plenitude maior. Mesmo assim,
por menor intensidade com que puderam expressar-se, serviram de suporte emocional
positivo, no sentido de afastarem o
sofrimento borbulhante e circunscrevente ao ambiente de execução do trabalho, que,
quase sempre, desenhava-se na tentativa de camuflar o rumo correto a ser
trilhado, ou afastar teoricamente o caminho ideal ao equilíbrio, diante das
incertezas que normalmente gotejavam de forma contrária as deliberações
poéticas literalmente dotadas de suas
características naturais.
☼
– O ser humano e os sonhos de
felicidade…
● É
sabido que a grande meta de todos tem se reveladodo na conquista da felicidade
eterna e total. Por sinal, a busca pela felicidade representa ao longo da vida de
cada ser humano, a “nau capitânea” de quase todo o seu empreendimento emocional.
Não raramente, o ser é levado a rebuscar a satisfação plena desse pleito nos mais
escarpados obstáculos e meandros irrestritos que a vida em comum tende a
oferecer; ora pela tentativa da supressão total de todos os sentimentos
negativos, ora por meio da reconciliação e crença de um mundo melhor “ pos mortem”. Contudo, constitui-se de
extremada elegância, reconhecer-se
também, sobre a existência de um certo grau de prazer na liberdade de sair-se
em busca de conquistas por mais remotas e difíceis que possam parecer. Buscar
sempre e cada vez mais, sem perder de vista o prazer oriundo da preciosa sensação
do conseguir.
● Assim,
assenta-se e estrutura-se este simples e modesto trabalho ligado a arte
literária. Através de uma firme, clara e precisa compreensão de que se trata de
algo inacabado, como a própria necessidade de atingir-se à perfeição. Mesmo ousando-se fazer brotar a semente
resultante de cada utopia imaginada, haverá sempre um pouco mais, uma nova tentativa a
mais, através de buscas constantes, além de qualquer outra pretensão,
visando-se chegar a um melhor resultado. Por esta e outras razões, a obra
também é fruto de uma coletânea de textos de natureza poética, escritos de
forma sucinta e ao despertar do “debrus inspiratório”, instalado em
determinados momentos na vida do autor.
●
A culminância da ação de desenvolver o trabalho, ocorreu no exato momento de indecisão entre o
estabelecimento da sequência lógica de raciocínios observados ou pensados, gotejando
perenemente, e a velocidade com que se transcrevia esses registros de forma eminentemente
escrita, para que não deixar-se sucumbir o mínimo detalhe durante tal reprodução. Noutros instantes, buscou-se, de
forma imediata, a reconstrução de idéias de natureza meramente especulativa, quase
sempre, dotadas de vieses analógicos, mas, sobretudo, de forma a estimular
procedimentos e atitudes positivas, com direito ao uso fantasioso de lenços de
papel, queimando atestados de óbitos de inúmeras idealizações mentais que se formavam,
diante das trovejadas assistidas e suportadas
com frequência. Tais instantes, se fazem representar pela porção mais criativa
da publicação, gerando contextos utópicos sobre diversos temas, recriando novas
possibilidades de respostas do ser diante de paradigmas desconhecidos, além da
inserção, mesmo que de forma superficial, em abordagens de cunho essencialmente
filosófico. Porém, por razões de falhas corriqueiras e naturais de memória, “abrevie-se
de passagem”, ser comum na elaboração de uma obra qualquer, ao agente principal
da ação, deixar-se subtrair por alguns resquícios de detalhes, às vezes, não
menos importantes, detectando-os em seguida tal subtração, dando margem a se
repetir tudo aquilo que se fez para em seguida,desfazer-se novamente, como a própria
Fênix ressurgindo das cinzas para transformar-se em cinzas a cada amanhecer. No
caso específico de uma obra escrita, dialeticamente, novos argumentos surgirão
e obliterarão de forma esparadrápica e
evasiva as rachaduras da área em exposição. O saldo da ação resulta no ganho ou
reparo, talvez, por meio de um adorno, muitas vezes inócuo, representado por
uma tira adesiva encobrindo apenas um espaço que continua aberto. Melhor assim
que antes, visivelmente à esmo e à deriva das imprecações oriundas pela vida afora
ou pela falta de proteção aos danos iminentes.
☼ –Registro dos acontecimentos…
●
Plácidos, exíguos e efêmeros, foram os dissabores capitaneados pela emoção que
se debruçou e esparramou-se ao lançar-se sobre a mente, durante os vários instantes
de tempestades nebulosas de ideias. Verdade é que nem
sempre angustiaram, mas, que, às vezes, foram despejadas como lavas vulcânicas
ferventes em momentos de profunda erupção emocional. Entretanto, de forma paradoxal,
lançou-se mais fogo às cinzas já apagadas, onde já se encontravam encarceradas
ao fundo do calabouço frio e escorregadio da caverna sentimental, o ser físico
aliado ao seu interior e acobertados à solidão de si próprios. Metamorfoses
aconteciam pelas lágrimas derramadas, com direito a um descansar
indescansável pelo séquito repetido. Tolice ou não, eis a questão ! Convém, todavia, não esquecer-se, da essência e do valor da palavra ativa, altiva,
revigorante, sincera, libertadora, que desperta vida em meio ao deserto cálido
e ressequido da emoção negativa… palavra que ainda petrificada pelas
experiências mal sucedidas de vida em sua dinâmica de ação, desgastada pelo temor
do sonhar mais uma vez, continua presa aos lábios rachados que se definhavam pela
repetição aos pedidos de socorro. Ainda assim, convém enobrecer-se pela própria
consciência e o auto-reconhecimento do caráter humano, portanto, passível a
desacertos, seja qual for a situação e o instante, e aceitar que o horizonte sonhado
localiza-se também na forma patrocinada pelo conhecimento de se olhar a vida.
Não esmaecer-se jamais, não diminuir-se, não restringir-se, sentir-se capaz de superar qualquer tipo de centelha
atroz. Pobre de quem espera como única e final alternativa de vida, alimentar-se
da última gota de esperança que possa despontar do acaso. Os Amores existem !
Descobri-los… passa com certeza, pela percepção de mundo que se tem.
● Simplesmente, o autor coloca em forma de
reflexões, as observações manifestas que se dão de forma espontânea aos fatos
narrados. Fatos que despontam como argumentos despretensiosos. Não prosperando
a idéia de qualquer anseio em consagrar-se pessoalmente através da escrita, ou assumir a identidade semelhante a de um “ Xamã,” dotado de poderes especiais capazes de entrar
em estados alterados de consciência. À luz da visão do escritor, a publicação em
pauta, não tem a pretensão de insistir de forma intransigente, em símbolos de comunicação
inscritos por outras formas de linguagens ... Como enfoque deveras importante, mas,
sem muito alarde, busca-se descrever os fatos narrados como um manancial de acontecimentos observados sem a
necessidade de enveredar-se pelo rigor científico evidente. Coletou-se manifestações artístico-culturais, com o
objetivo de publicarem-nas ou não, posteriormente. À bem da verdade, tratam-se, tão somente, de
acontecimentos fortuitos, observados, traduzidos e registrados ao acaso, através de
um conjunto de símbolos expressos em forma de linguagem escrita, tendo-se como
motor principal das ações, a preocupação substancial de evitar que o próprio
tempo viesse a distanciar-se dos fatos narrados
e volatizarem-nos sem o devido registro escrito, e de forma espontânea, principalmente
as ressalvas de cunho filosófico e as evidentes manifestações do esplendor poético e literário, que
tradicionalmente, insere-se holisticamente na essência de cada acontecimento. Salientou-se, sorrateiramente, também o
envolvimento em pesquisas que
expressassem com facilidade a busca e a verdade de sentimentos, presos reciprocamente,
a valores diversos… A analogia de pensamentos não se realizou, pretensiosamente,
como a tradução de uma mera descontextualização da realidade, efetivamente, vivenciada
pelo autor. Buscou-se contudo, a aproximação mais tênue entre os universos
imaginário e o real. Daí, o título : Divagações poéticas, constituir-se num livro
leve, livre e verdadeiro em seu passear sobre assuntos diversos patrocinados
pela Literatura, sem destituir-lhe de sua essência intrínseca, nem afogar-se
lentamente nos pântanos movediços que a palavra às vezes encerra. Razões de
sobra desfilam e evidenciam-se pelo fato do livro poder ser lido e interpretado
em diferentes fases do domínio cognitivo, pois, não implicando em sequências de
conteúdos apoteóticos, intencionalmente preparados a um determinado fim, não
compromete-se em chegar ao crepúsculo de um epílogo dotado de extrema vaidade e
ufanismo. O Livro, ao mesmo tempo em que fala do amor romântico, também valoriza
o lúdico, o poético, o social, o conto, o político, homenageia personagens desconhecidas,
refaz através da memória alguns fatos históricos, resgata acontecimentos do
passado através de um esforço profundo e rememorável da mente humana, destaca
artigos de considerável relevância na rotina do dia a dia, reflete sobre vida
de uma forma simples e ligada a uma determinada percepção de mundo, descreve
sobre acontecimentos pitorescos do cotidiano, quase sempre, protagonizados por
personagens que fogem aos padrões normais de comportamento. Procurou-se também, em determinadas citações, acrescentar “links” para serem copiados e
colados ao navegador da Internet, na iminência do leitor encontrar-se conectado
e interessado em ouvir algumas das composições musicais, humildemente criadas
pelo autor, com o objetivo de enfatizar cada momento. http://PaulloCarneiro.net
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