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No século XIV da nossa era, dizia o Inglês, Geoffrey Chaucer, em seu livro
"Cantos da Cantuária" de que o "Amor é cego". Tal frase
perpetuou-se pelos séculos e ainda hoje é utilizada para justificar certas
incongruências detectadas na relação entre um casal, seja de porte físico,
intelectual ou emocional. Há uma corrente de pensadores que defendem a tese de
que ama-se a imagem que se cria ao longo dos anos, desde o período de criança
até a eclosão do sentimento do amor romântico. Tais características vão se
acumulando no inconsciente e depois projetadas na pessoa que apresente algumas
delas. No desenrolar do relacionamento se alguma mudança de parceiros ocorrer, ficará por conta de uma maior amplitude de características projetadas, e que se
apresentam evidenciadas no novo parceiro escolhido. Trata-se na verdade, de uma pessoa escolhida
por outra, em função daquilo que já existe dentro de si,
fechando-se dessa maneira, os olhos para outras características que sejam alvo da
incompreensão das demais pessoas. Daí, o arremate usado para denotar tal
incompreensão, como : O que ele viu nela ? O que ela tem que eu não tenho ? Explica-se o desacerto, através da antiga frase de que o amor é cego,
encobrindo dessa forma, aquilo que a pessoa loucamente apaixonada, por
dissimulação ou não, pretenda esconder em relação a pessoa amada.
Paulo Carneiro
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