quinta-feira, 27 de junho de 2013

O mito do Brasil corrupto

O mito do Brasil corrupto: “Isso é Brasil”. Não é raro que frases como esta se destaquem nos momentos em que escândalos de corrupção estão na ordem do dia. Elas refletem a noção de que o problema é um mal crônico e generalizado no país. Autor dos livros A Cabeça do Brasileiro e ...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O AMOR É CEGO

       No século XIV da nossa era, dizia o Inglês, Geoffrey Chaucer, em seu livro "Cantos da Cantuária" de que o "Amor é cego". Tal frase perpetuou-se pelos séculos e ainda hoje é utilizada para justificar certas incongruências detectadas na relação entre um casal, seja de porte físico, intelectual ou emocional. Há uma corrente de pensadores que defendem a tese de que ama-se a imagem que se cria ao longo dos anos, desde o período de criança até a eclosão do sentimento do amor romântico. Tais características vão se acumulando no inconsciente e depois projetadas na pessoa que apresente algumas delas. No desenrolar do relacionamento se alguma mudança de parceiros ocorrer, ficará por conta de uma maior amplitude de características projetadas, e que se apresentam evidenciadas no novo parceiro escolhido. Trata-se na verdade, de uma pessoa escolhida por outra, em função daquilo que já existe dentro de si, fechando-se dessa maneira, os olhos para outras características que sejam alvo da incompreensão das demais pessoas. Daí, o arremate usado para denotar tal incompreensão, como : O que ele viu nela ? O que ela tem que eu não tenho ? Explica-se o desacerto, através da antiga frase de que o amor é cego, encobrindo dessa forma, aquilo que a pessoa loucamente apaixonada, por dissimulação ou não, pretenda esconder em relação a pessoa amada.   

Paulo  Carneiro

sábado, 22 de junho de 2013

Olhar Romântico ( Música )

Ao te olhar logo senti
Que o amor aconteceu
Meu coração quase parou
Todo meu corpo estremeceu
Quando você me olhou também

Eu senti muito prazer
Quando você se aproximou
Me deu a mão e me beijou

Foi pela primeira vez
Me apaixonei só num olhar 
E me entreguei

Assim o amor se fez
Pela primeira vez
O amor eu e você
Então você me fez feliz


DOM  QUIXOTE  DE  LA  MANCHA

  De tanto ler histórias de cavalaria, um ingênuo fidalgo espanhol passa a acreditar piamente nos efeitos heróicos dos cavaleiros medievais e decide se tornar, ele também, um cavaleiro andante. Para tanto, recorre a uma armadura enferrujada que fora de seu bisavô, confecciona uma viseira de papelão e se auto-intitula Dom Quixote de La Mancha. Como todo cavaleiro, ele precisa de uma dama a quem honrar. Elege então uma lavradora que só conhece de vista e a chama deDulcinéia. Depois de tomar essas providências, monta em seu decrépito cavalo Rocinante e foge de casa em busca de aventuras.

      Após um dia inteiro de caminhada sob o sol, depara com uma estalagem, que em sua mente perturbada se converte num castelo, onde pede para ser ordenado cavaleiro pelo estalajadeiro, que quase não consegue conter o riso. No dia seguinte, ao investir contra o grupo de comerciantes que vê como adversários, cai de rocinante e tem seu corpo moído por pauladas. Um conhecido da aldeia encontra o cavaleiro, entre gemidos e lamentos, e o conduz novamente à sua casa. Seguindo aos conselhos do Pe. Tomás e do barbeiro Nicolau, a ama e a sobrinha queimam seus livros e lacram a porta da biblioteca.

      Enquanto todos acham que a estratégia da destruição dos livros havia sido um sucesso, Dom Quixote, pensando tratar-se de uma magia de algum cruel feiticeiro, resolve voltar à aventura, agora acompanhado do escudeiro Sancho Pança: um ingênuo e materialista lavrador, que aceita seguir o fidalgo pela promessa de uma ilha para governar.

      As viagens se sucedem sob a alucinação de quem está vivendo no tempo da cavalaria. Em suas andanças, Dom Quixote encontra moinhos de vento que confunde com gingantes. Arremete contra um dos moinhos, cujas pás, devido a um vento mais forte, lançam o cavaleiro para longe. O escudeiro socorre seu mestre. Dom Quixote não dando o braço a torcer, diz que o feiticeiro, ao notar que o cavaleiro estava vencendo, transformou os gigantes em moinhos.

      Mas adiante confundindo dois rebanhos de carneiros com exército de inimigos, avança contra os animais e mais uma vez é surrado, pelos pastores; além de ser pisoteado pelas ovelhas. No chão em meio ao estrume dos animais, ferido e desdentado, recebe do escudeiro a alcunha de O Cavaleiro da Triste Figura.

      No desejo de combater as injustiças do mundo e homenagear sua dama, o nobre e patético personagem segue viagem enfrentando situações supostamente perigosas e sempre ridículas: imagina gigantes em rodas-d`águas; vê um cavaleiro de elmo dourado em um barbeiro; ajuda criminosos a fugirem, pensando estar libertando escravos. De suas desventuras, restam-lhes sempre os enganos, as surras, as pedradas e as pauladas.

      À beira da estrada, o cavaleiro da triste figura e seu fiel escudeiro encontram abrigo e deparam com o Pe. Tomás e o barbeiro Nicolau, amigos da aldeia onde moram e que estão à sua procura. Os dois convencem Sancho a ajudá-los e acabam levando, mais uma vez, e agora enjaulado, Dom Quixote para casa. Lá, cansado doente e abatido pelos reveses e pelas surras que levara, o fidalgo sossega. Até receber a visita do bacharel Sansão, que traz consigo um livro narrando as estranhas aventuras de Dom Quixote. Com a fama, o cavaleiro tem seu espírito aventureiro revigorado e mais uma vez, convencendo Sancho Pança a companhá-lo, parte para a estrada, ainda guiado pelo amor de Dulcinéia, e pelo desejo de vencer o perverso feiticeiro e, com ele, as injustiças do mundo.

      Em Toboso, à procura de sua amada, Dom Quixote encontra três lavradoras montadas em asnos, carregando repolhos para o mercado. Sancho diz que se trata de Dulcinéia e suas damas de companhia, tentando convencer Dom Quixote. Ao se ajoelhar diante de sua sonhada dama, o cavaleiro leva uma repolhada na cabeça. Sancho diz se tratar de um anel de esmeralda enfeitiçado em repolho, e Dom Quixote guarda a “prenda” na bolsa, duvidoso, todavia satisfeito.

      Disfarçado em cavaleiro dos Espelhos, o baixinho Sansão desafia Dom Quixote, no intuito de levá-lo para casa e, com isso, agradar a sobrinha do fidalgo. Mas, traído por seu cavalo, que prefere comer grama ao duelar, perde o combate. Adiante, Dom Quixoteencontra um duque e uma duquesa que, por já terem lido o livro com suas aventuras, resolvem se divertir à custa da dupla: disfarçado em feiticeiro Merlin, o duque inventa um suposto cavalo mágico de madeira que levaria Dom Quixote até o perverso feiticeiro. Vendam o cavaleiro e o escudeiro sobre a “mágica montaria” e chacoalham o cavalinho de balanço, enquanto os dois pensam estar voando. Ao atear fogo no rabo do cavalo, recheados de fogos de artifício, o cavaleiro e o escudeiro são lançados à distância.

      Seguindo viagem, com mais alguns arranhões, Dom Quixote e Sancho Pança ouvem um grito assustador, É o cavaleiro da lua cheia (na verdade, Sansão, agora mais bem preparado e decidido). Que desafia O cavaleiro da Triste Figura: quem perder o combate terá de pôr fim à sua vida de cavaleiro andante. Sansão vence, o fidalgo volta ao lar. No final da história, recuperando a razão, Dom Quixote renuncia aos romances de cavalaria e morre como um piedoso cristão.

Frases de Dom Quixote de La Mancha

Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha juntos é o começo da realidade. (Dom Quixote de La Mancha)

Nunca pense que seu amor é impossível, nunca diga "eu não acredito no amor", a vida sempre nos surpreende. (Dom Quixote de La Mancha)

Pois que o amor e a afeição com facilidade cegam os olhos do entendimento. (Dom Quixote de La Mancha)

A liberdade, Sancho, não é um pedaço de pão. (Dom Quixote de La Mancha)

O medo é que faz que não vejas, nem ouças porque um dos efeitos do medo é turvar os sentidos, e fazer que pareçam as coisas outras do que são! (Dom Quixote de La Mancha)

Quando você realmente amar alguém e for recíproco, você vai ver como é bom amar.Pra amar não precisa namorar, e bla bla bla, mais o namoro é a melhor forma de expressar o sentimeto, quando você sentir suas pernas tremerem, sua barriga gelar, teu corpo ficar mole, aí sim você vai enteder a magia de amar. (Dom Quixote de La Mancha)

Miguel de Cervantes (autor) de Dom Quixote de La Mancha

Miguel de Cervantes Saavedra foi um importante poeta, dramaturgo e novelista espanhol. Nasceu em 29 de setembro de 1547 (data suposta) na cidade espanhola de Alcalá de Henares. A sua obra-prima, Dom Quixote de La Mancha, muitas vezes considerado o primeiro romance moderno, é um clássico da literatura ocidental e é regularmente considerado um dos melhores romances já escritos. Seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura. A sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).

Cervantes morreu na cidade de Madri, em 22 de abril de 1616. Considerado um dos maiores escritores da literatura espanhola, destacou-se pela novela, mundialmente conhecida, Dom Quixote de La Mancha.

Cronologia

1547 - Nasce Miguel de Cervantes Saavedra.
1551 - O pai, Rodrigo, é preso por causa de dívidas de jogo.
1566 - A família instala-se em Madrid.
1569 - Após incidente no qual teria ferido um homem, deixa Madrid e vai morar em Roma.
1571 - Participa da batalha de Lepanto, contra os turcos. Ferido em combate, tem a mão esquerda inutilizada.
1575 - Capturado por corsários, é levado para Argel, com seu irmão Rodrigo, onde fica cinco anos em cativeiro.
1581 - Vai para Lisboa, onde escreve peças de teatro.
1584 - De um romance com Ana Franca, nasce Isabel de Saavedra. Casa-se com Catalina de Palácios Salazar.
1585 - Publica La Galatea. Morte do pai.
1587 - É nomeado comissário real encarregado de recolher azeite e trigo para a Armada Invencível.
1593 - Morte da mãe. Publicação do romance La casa de los celos.
1597 - É preso em Sevilha, após ser condenado a pagar dívida exorbitante.
1598 - Deixa a prisão. Morte de Ana Franca.
1605 - É publicada a primeira parte de Dom Quixote de La Mancha.
1613 - Ingressa na Ordem Terceira de São Francisco. Publicação de Novelas exemplares.
1614 - Surge uma continuação de Dom Quixote, escrita por Avellaneda.
1615 - Cervantes publica a segunda parte de Dom Quixote de La Mancha.
1616 - Morre em Madrid, no dia 23 de abril.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

PARADOXO

INTERESSANTE ! 
Saques, arrastões, homicídios são males frequentemente denunciados pela mídia nacional, independentemente do momento político e as frações de segundo em que acontecem no Brasil. ... Nele, ocorrem os exemplos mais torpes de atentados contra à vida, quer sejam de homens ou outros animais ... De repente, a juventude em estado de vigilância constante, decide posicionar-se de uma forma geral, usando como estratégia de luta, à redução das passagens de transportes coletivos ( passe livre ). O gigante, na UTI da depreciação moral e econômica, sofrendo de várias "ites crônicas" como: Arenites, Corrupcionite, Injusticionite, Droguites, Miserites, etc, na verdade já se encontrava acordado. Só de olhos fechados para não ter o desprazer de ter que aguentar a ver, que os seus carrascos de hoje são exatamente aqueles que um dia pousaram, como líderes revolucionários, e se transformaram em líderes oportunistas pela ostentação do poder.

MAGIA POÉTICA

MAGIA   POÉTICA
Paulo  Carneiro

  Convidado por um amigo, Gustavo  foi trabalhar numa determinada empresa ligada a área de prestação de serviços educacionais, situada no interior de Pernambuco. Na data e horário combinados apresentou-se ao diretor da instituição, tendo satisfeito todas as exigências de praxe. Em seguida, no mesmo dia, foi convidado a participar de uma atividade recreativa que deveria instalar-se no salão recreativo da empresa. Aproveitou o intervalo de tempo para conhecer as dependências da empresa. No momento certo, foi conduzido ao salão recreativo, onde recebeu os cumprimentos da coordenadora dos trabalhos. Foi também convidado a sentar-se na fileira de cadeiras, reservada ao pessoal técnico de nível superior. Buscou a observação do ambiente físico e a programção posta em ação. Tratava-se de uma espécie de teatro, bem ventilado e devidamente ornamentado para o exercício da atividade. Existiam em média cerca de 150 pessoas presentes, sendo 70% do sexo feminino, entre : Estagiários, aprendizes, gerentes, funcionários dos mais diversoas níveis.
O roteiro da apresentação do espetáculo era coordenado e  anunciado pela apresentadora, como num programa de auditório. Alguns participantes eram chamados para se apresentarem no palco, pela ordem dos temas abordados... Cantar , tocar instrumentos, dançar, recitar poesias, homenagens diversas, metas da empresa a serem alcançadas....
   Na fase final, cinco pessoas da platéia foram convidadas a pagarem prendas...O tema a ser vivenciado por cada um, estava escrito em bilhetes e só conhecido, ao ser chamado a subir ao palco. Gustavo foi um dos escolhidos por ser novato. Foi o último a ser chamado e alvo de perguntas, tais como : Idade, formação universitária, cidade em que nasceu....
  Satisfeitas as perguntas da platéia, a aprersentadora  abriu o bilhete contendo a atividade que o Gustavo deveria desincumbir-se : "Uma declaração de amor"... endereçada a quem ? Perguntou Gustavo ! A quem você escolher ! Respondeu a apresentadora. Intimamente ele não sabia o que dizer, mesmo assim, dirigiu o olhar à platéia buscando criar ou lembrar-se de qualquer argumento que pudesse convencer a quem viesse escolher. O Olhar parou numa jovem de olhos claros, muito bonita, semblante angelical e sorriso tímido. Ele disse, então ... Aquela ! Eu ? Sim você ! Mas, sou noiva ... A platéia entrou em ação e a jovem terminou por subir ao palco....
    Nesse ínterim, o Gustavo lembrou-se de um poema de amor  de J.G. de Araújo Jorge  (Se )... que caberia, talvez, muito bem. Um pouco nervoso, colocou ternamente uma mão sobre o ombro da jovem e pronunciou, diante do silêncio profundo da platéia :

               Se eu pudesse parar a minha vida
               
               e dar eternidade a um só momento

                se eu tivesse o meu destino preso
               
                ao destino das coisas no espaço...

                se eu pudesse destruir todas as leis

                e dentro desse universo que se move

                parar meu mundo...

                haveria de escolher esse segundo

               em que...você estivesse...

               nos meus...braços !


             
      Momento de emoçaõ, aplausos, comoção, satisfação de  prazer, lágrimas incontidas rolando passo a passo sobre a face, impedida de esconder a emoção.. foi o que se viu e se sentiu após aquele discurso recheado de sentimento amoroso ... Ao final, Gustavo  abraçou a jovem gentilmente,  e ganhou como prêmio a simpatia de um coração que começou a bater em sentido anti-horário ao seu casamento.
      Passados seis meses, algumas vezes o Gustavo encontrou-se  frente a frente com a Heloísa, a jovem alvo da poesia. Nenhuma referência ao acontecimento fora ventilada durante aqueles encontros casuais, porém, alguma coisa ligada ao desejo de se envolverem sentimentalmente, explodia por dentro. Os dois sabiam disso, mas, fingiam por dentro o que o corpo expressava nitidamente por fora. Até que um dia o Gustavo pediu desligamento da empresa, por questões particulares, ficando de voltar para tratar de verbas rescisórias um mês depois. Entretanto, ao chegar a Rodoviária, ainda no dia de sua partida, encontrou a Heloísa que o estava aguardando um tanto quanto aflita. Cumprimentaram-se e ela pediu-lhe para reconsiderar seu pedido de desligamento, visto que , estaria gostando muito dele, e retirando a aliança de noivado do dedo, demonstrou que estaria disposta a tudo por ele.
   Gustavo : Meu amor, entendo perfeitamente o que estamos sentindo, mas, sou casado e tenho um filho com um ano de idade. A minha saída da empresa também está voltada ao desejo de não influir negativamente na sua vida, nem gerar insatisfações ao meu casamento.
    Heloísa : Querido, antes de tomar a decisão de falar com você , ponderei bastante sobre o assunto. Passei noites refletindo, comparei você ao meu noivo, e tudo o que sinto hoje, em termos de sentimento amoroso é o desejo incontrolável de viver com você. Meu casamento acontecerá no próximo mês, se não houver um meio de ficar com você. Estou disposta a tudo, inclusive perder a virgindade com você. Quero, ao menos, eternizar os poucos segundos em que você esteja nos meus braços. Aceita ?
      Após  seis meses , Gustavo retornou a cidade para resolver  algumas pendências e encontrou na Rodoviária a Heloísa grávida, acompanhada do marido. Ela ficou estática, ao vê-lo e disfarçadamente, através de sinais com as mãos apontadas para sua barriga, deixou a entender que o pai daquela criança em gestação era ele, o Gustavo. Retornando ao Recife, e passados vários meses, encontrou-se com uma amiga da Heloísa, quando foi informado de que ela teria dado à luz a uma menina muito bonita, portadora de um sinal no queixo semelhante ao seu. Nunca mais soube de nada, após quase 30 anos passados....   



terça-feira, 18 de junho de 2013

TEMPO DE SONHAR


 “Amar de verdade é sentir o poder de uma força interior irresistível que desprende-se e explode no âmago do ser,  transferindo-se e depositando-se na figura da pessoa amada, com e em toda sua plenitude. Amar de verdade é sentir a manifestação torrencial da emoção, derramando lavas de prazer que se espalham borbulhando e repassando alegrias contagiantes, ungindo, afagando, nutrindo e fortalecendo o insaciável desejo do querer sempre mais ”  .. (Paulo  Carneiro) ..
Enquanto o pranto rolava em meu rosto, umedecido e sofrido por um amor perdido, subtraído do confronto com a razão…
Enquanto um sofrer  calado sedimentava-se na dor do pensamento, contratempos e lamentos resistiam aos argumentos, declarando o quão  difícil faz-se das cinzas ressurgir…

Enquanto as flores da idade perdiam-se na velocidade de um instante estonteante,  profundamente melancólico, preparando a vida para um desinstalar-se do ser..
Enquanto a energia da vida gradativamente se extinguia, resumindo pouco a pouco  a vontade do  querer,  adelgaçando a pele que se entrecortava  pelas marcas do tempo, desconfigurando o vigor físico, e o coração se esforçando em cumprir suas revoluções…

Enquanto a saudade sentida  revisava no tempo momentos inesquecíveis, sem se importar com o sofrimento e as veleidades já superadas, sentiá-se por dentro um germinar de apatia e descontentamento dirigido ao ser, penalizado pelo passado como se todo feito estivesse errado…

Morar contigo, absorto, perdido num silêncio sepulcral, aceitando a mentira, alimento da hipocrisia, nada mais importa, tarde demais, coração não suporta, pensar então de um novo jeito, desistir jamais, buscar um novo amanhecer, transformar-se…

Agonia, momento etéreo de felicidade deslizante. Navegar sem rumo, infortúnio sem roteiro de chegada...Voltar é recomeçar, chegar é ponto final...
Nada mal, valeu a lição !
Na contramão dos sonhos, parar, às vezes, refaz...
Gostar! Sei lá… renascer contigo, afinal, quebrastes de vez o trinco da porta, arrebentando meu sagrado abrigo conjugal…
Refletir, tentar corrigir e seguir…Morrendo e renascendo em cada amanhecer… Sofrendo a cura do que mais queria, viver e amar-te infinitamente…
Construção em movimento, momento de decisão e entrega aos pensamentos !
 Recomeçar seria a melhor opção…O corpo então, conduzido pelo instinto de sobrevivência reagiu…  
Não há como ser de outra maneira, conclusão de que a vida é muito mais inteira e bonita quando as experiências passadas se transformam em troféus gloriosos de prazer, estimulando a esperanças em busca dos céus…
A  felicidade ressurge, paulatinamente… Independentemente da idade, tem o seu próprio frescor, tem o seu cheiro e as cores se derramam sobre o corpo e a mente em busca de um novo amor !

Absorto em sonhos me comovo. Prefiro assim ! Renunciando ao passado atroz eu me renovo buscando ser o meu próprio herói como construtor de novas realidades…Busquemos novas realidades então !…

Nova identidade, o ser dotado de uma nova força interior, buscando novas visões do amor, outras realidades vão surgindo… Buscar caminhos dentro de si constitui-se num próximo passo… 

Olhando o mar esbaldado-se em ondas de espumas num vai e vem constante, a relva rala verde refazendo vidas dispersas nos campos, extensão infinita dos céus, linha do horizonte, ecletismo sonoro afaga os ouvidos, as luzes naturais enfeitando o ambiente junto a beleza e o perfume das flores, o revoar acrobático dos pássaros, amiantos do sofrimento conferindo alento e induzindo novas perspectivas do pensar…

Luz do firmamento, estrelas cintilantes, escarceu de palavras, culto divino aos desejos, mistérios da criação, construção, revelação,
segredos escondidos, assim, senti-me preterido…
Reflexões, atos falhos, coxas de retalhos, novas intenções burilando, vontade inercial, medo das aventuras, enfim o casulo se rompeu…

Labirintos incontavelmente desumanos, sem nexo, só sexo, anexo aos desejos…manancial de beijos,  volúpias à flor da pele, sede de orgasmos, marasmos de idéias conduzindo ansiedades vorazes…

Frutos proibidos, amores esquecidos, tempo perdido, só a angústia caminhando consigo…

Nova intenção, redescobrir dentro de si um amigo, mesmo que lentamente…

Admitir sabiamente os desígnios escondidos de uma nova paixão, maldição… por não ter preterido o castigo escondido pela falta de visão…

Decisão em persistir de olhos fechados sem tempo nem hora de abri-los novamente, receio da ardência  sangrenta e dilúvios emocionais ainda presentes…
Insistentemente uma dor pungente esfacelando, aviltando e derruindo o sentimento, coragem sombria soçobrando ao sabor dos ventos, vendavais de emoções…

À luz do pensamento, escrevi num só momento,
resistência a nada comparada ao passado, nada visando o futuro, inseguro, ato falho, lampejos de consciência desconhecida…

Simplesmente, a explosão da mente, criação constante, mero instante, sinapses nervosas em ação, reflexos, cópias da mente em forma de rabiscos traçados num retalho de papel,

Coração morno, doravante inconsequente, vazio, pulando de ansiedade em momentos raros de puro alento,taquicardia, maldade da fisiologia, bradicardia em seguida, melancolia das sensações…
Refazendo a calma a alma palpita estimulando  volúpias da paixão…
Materializando-se aos céus, ímpetos do fogaréu da paixão, miragem, resgatando coragens, saciando a dor e a aflição como bálsamos benignos,

Antídoto da amargura, destruindo a desventura, curando a fúria, conduzindo aos Deuses da harmonia e do prazer, dilacerando a agonia, restabelecendo a paz interior…
Seja como for, promessa é compromisso antecipado aos que necessitam de alento e purificação espiritual…

Não reduzir-se ao inconcebível, acreditar que é sempre possível, até o instante fatal, tal qual, obra de arte em construção permanente…
Olhos cor de luz,  piscar de um novo amanhecer, nada como antes, sentir prazer a partir do refazer-se, merecer-se como um novo ser na forma de sentir…
Milagres que se consagram e se espalham em cada forma de agir e pensar, nada como antes, rumo a um novo horizonte, voltar atrás, sonhar, sorrir, e sentir um novo pensar de vida…
Buscar conforto no silêncio absorto, que ensina, anima, e refaz o corpo em meio a uma inércia mental, caminhando alegre e contente vive-se muito mais, em busca de novos sonhos de amor e paz…

 

 


 

D I V A G A Ç Õ E S    P O É T I C A S 

(Paulo  Carneiro)





“Tempo de criança, tempo de esperanças… condução do ser a um mundo de eternas lembranças e a saudade de momentos que não voltam mais... a não ser, através do pensamento, que rebusca, aguça, e transpõe os anteparos reais de uma vida que se faz no agora " 

PRÓLOGO

P R Ó L O G O

- A sinceridade como valor supremo…
   A publicação alvo deste trabalho resultou,  em primeiro plano, do propósito inicial de divulgar um conjunto de observações e registros, respectivamente construídos e escritos durante a vida em curso,  bem como, pelo desejo de compartilhar experiências adquiridas em diferentes fases desse caminhar constante, em função de cenários amplamente diversificados e vivenciados, enquanto profissional ligado a área de ensino. Tais experiências receberam influências das práticas vivenciadas em vários outros setores do conhecimento, aliadas a amplitude de concepções que a formação acadêmica tem oferecido como suporte e capacidade de observção. Desenvolveu-se também, um grau considerável de esforço, respaldado pelo subjetivismo teórico implícito em cada pilar de estruturação e sequenciamento do texto,  visando construir-se uma obra quase que imune às inserções de outras linhas de pensamento, a não ser, através de citações consagradas no âmbito literário com o objetivo de reforçar determinados preâmbulos.  A avaliação parcial da obra implica no surgimento de um trabalho diversificado em conteúdos, segmentados nas mais variadas linhas do conhecimento, apesar de sua limitação em relação a profundidade de cada, e dotada de uma primazia “sui generis”em constituir-se numa espécie de bússola norteadora ; orientando, corrigindo, e refazendo um navegar constante, em mares emocionais desconhecidos e, às vezes, revoltos e turbulentos, dependendo do rumo a ser interpretado e decidido na ocasião. As  tempestades e as batalhas emocionais surgidas no desenrolar dos acontecimentos, consagraram-se mentalmente por terem estimulado, cada vez mais, à conclusão dos resultados. 
           Render-se ao reconhecimento pela inserção de lampejos de  calmaria aparente,  faz-se plenamente necessário. Até pelo fato de querer-se sublimar a “sinceridade” como um dos valores supremos no decorrer de tudo aquilo que se pretenda realizar. Todavia, é verdadeiro também denunciar-se os poucos instantes de harmonia prazerosa obtidos durante a instalação,  com exatidão,  desses lampejos, que,  se de um lado promoviam um certo contentamento lançado ao interior do ser, por outro, não difundiam-se de forma significativa a ecoarem-se como “animus” de satisfação em sua plenitude maior. Mesmo assim, por menor intensidade com que puderam expressar-se, serviram de suporte emocional positivo, no sentido de  afastarem o sofrimento borbulhante e circunscrevente ao ambiente de execução do trabalho, que, quase sempre, desenhava-se na tentativa de camuflar o rumo correto a ser trilhado, ou afastar teoricamente o caminho ideal ao equilíbrio, diante das incertezas que normalmente gotejavam de forma contrária as deliberações poéticas literalmente dotadas de  suas características naturais.
 
   – O ser humano e os sonhos de felicidade…
            É sabido que a grande meta de todos tem se reveladodo na conquista da felicidade eterna e total. Por sinal, a busca pela felicidade representa ao longo da vida de cada ser humano, a “nau capitânea” de quase todo o seu empreendimento emocional. Não raramente, o ser é levado a rebuscar a satisfação plena desse pleito nos mais escarpados obstáculos e meandros irrestritos que a vida em comum tende a oferecer; ora pela tentativa da supressão total de todos os sentimentos negativos, ora por meio da reconciliação e crença de um mundo melhor  “ pos mortem”. Contudo, constitui-se de extremada elegância,  reconhecer-se também, sobre a existência de um certo grau de prazer na liberdade de sair-se em busca de conquistas por mais remotas e difíceis que possam parecer. Buscar sempre e cada vez mais, sem perder de vista o prazer oriundo da preciosa sensação do conseguir.   
           Assim, assenta-se e estrutura-se este simples e modesto trabalho ligado a arte literária. Através de uma firme, clara e precisa compreensão de que se trata de algo inacabado, como a própria necessidade de atingir-se à perfeição.  Mesmo ousando-se fazer brotar a semente resultante de cada utopia imaginada, haverá  sempre um pouco mais, uma nova tentativa a mais, através de buscas constantes, além de qualquer outra pretensão, visando-se chegar a um melhor resultado. Por esta e outras razões, a obra também é fruto de uma coletânea de textos de natureza poética, escritos de forma sucinta e ao despertar do “debrus inspiratório”, instalado em determinados momentos na vida do autor.
       A culminância da ação de desenvolver o trabalho,  ocorreu no exato momento de indecisão entre o estabelecimento da sequência lógica de raciocínios observados ou pensados, gotejando perenemente, e a velocidade com que se transcrevia esses registros de forma eminentemente escrita, para que não deixar-se sucumbir o mínimo detalhe durante  tal reprodução. Noutros instantes, buscou-se, de forma imediata, a reconstrução de idéias de natureza meramente especulativa, quase sempre, dotadas de vieses analógicos, mas, sobretudo, de forma a estimular procedimentos e atitudes positivas, com direito ao uso fantasioso de lenços de papel, queimando atestados de óbitos de inúmeras idealizações mentais que se formavam,  diante das trovejadas assistidas e suportadas com frequência. Tais instantes, se fazem representar pela porção mais criativa da publicação, gerando contextos utópicos sobre diversos temas, recriando novas possibilidades de respostas do ser diante de paradigmas desconhecidos, além da inserção, mesmo que de forma superficial, em abordagens de cunho essencialmente filosófico. Porém, por razões de falhas corriqueiras e naturais de memória, “abrevie-se de passagem”, ser comum na elaboração de uma obra qualquer, ao agente principal da ação, deixar-se subtrair por alguns resquícios de detalhes, às vezes, não menos importantes, detectando-os em seguida tal subtração, dando margem a se repetir tudo aquilo que se fez para em seguida,desfazer-se novamente, como a própria Fênix ressurgindo das cinzas para transformar-se em cinzas a cada amanhecer. No caso específico de uma obra escrita, dialeticamente, novos argumentos surgirão e obliterarão de forma  esparadrápica e evasiva as rachaduras da área em exposição. O saldo da ação resulta no ganho ou reparo, talvez, por meio de um adorno, muitas vezes inócuo, representado por uma tira adesiva encobrindo apenas um espaço que continua aberto. Melhor assim que antes, visivelmente à esmo e à deriva das imprecações oriundas pela vida afora ou pela falta de proteção aos danos iminentes.  
–Registro dos acontecimentos…
        Plácidos, exíguos e efêmeros, foram os dissabores capitaneados pela emoção que se debruçou e esparramou-se ao lançar-se sobre a mente, durante os vários instantes de tempestades nebulosas de ideias. Verdade é   que nem sempre  angustiaram, mas, que, às vezes,  foram despejadas como lavas vulcânicas ferventes em momentos de profunda erupção emocional. Entretanto, de forma paradoxal, lançou-se mais fogo às cinzas já apagadas, onde já se encontravam encarceradas ao fundo do calabouço frio e escorregadio da caverna sentimental, o ser físico aliado ao seu interior e acobertados à solidão de si próprios. Metamorfoses aconteciam  pelas  lágrimas derramadas, com direito a um descansar indescansável pelo séquito repetido. Tolice ou não, eis a questão ! Convém,  todavia, não esquecer-se,  da essência e do valor da palavra ativa, altiva, revigorante, sincera, libertadora, que desperta vida em meio ao deserto cálido e ressequido da emoção negativa… palavra que ainda petrificada pelas experiências mal sucedidas de vida em sua dinâmica de ação, desgastada pelo temor do sonhar mais uma vez, continua presa aos lábios rachados que se definhavam pela repetição aos pedidos de socorro. Ainda assim, convém enobrecer-se pela própria consciência e o auto-reconhecimento do caráter humano, portanto, passível a desacertos, seja qual for a situação e o instante, e aceitar que o horizonte sonhado localiza-se também na forma patrocinada pelo conhecimento de se olhar a vida. Não esmaecer-se jamais, não diminuir-se, não restringir-se,  sentir-se capaz de superar qualquer tipo de centelha atroz. Pobre de quem espera como única e final alternativa de vida, alimentar-se da última gota de esperança que possa despontar do acaso. Os Amores existem ! Descobri-los… passa com certeza, pela percepção de mundo que se tem.
         Simplesmente, o autor coloca em forma de reflexões, as observações manifestas que se dão de forma espontânea aos fatos narrados. Fatos que despontam como argumentos despretensiosos. Não prosperando a idéia de qualquer anseio em consagrar-se pessoalmente através da escrita,  ou assumir a identidade semelhante a de um  “ Xamã,”  dotado de poderes especiais capazes de entrar em estados alterados de consciência. À luz da visão do escritor, a publicação em pauta, não tem a pretensão de insistir de forma  intransigente, em símbolos de comunicação inscritos por outras formas de linguagens ... Como enfoque deveras importante, mas, sem muito alarde, busca-se descrever os fatos narrados como um  manancial de acontecimentos observados sem a necessidade de enveredar-se pelo rigor científico evidente. Coletou-se  manifestações artístico-culturais, com o objetivo de publicarem-nas ou não, posteriormente.  À bem da verdade, tratam-se, tão somente, de acontecimentos fortuitos,  observados,  traduzidos e registrados ao acaso, através de um conjunto de símbolos expressos em forma de linguagem escrita, tendo-se como motor principal das ações, a preocupação substancial de evitar que o próprio tempo viesse a distanciar-se dos fatos narrados  e volatizarem-nos sem o devido registro escrito, e de forma espontânea, principalmente as ressalvas de cunho filosófico e as evidentes manifestações  do esplendor poético e literário, que tradicionalmente, insere-se holisticamente na essência de cada acontecimento.  Salientou-se, sorrateiramente, também o envolvimento  em pesquisas que expressassem com facilidade a busca e a verdade de sentimentos, presos reciprocamente, a valores diversos… A analogia de pensamentos não se realizou, pretensiosamente, como a tradução de uma mera descontextualização da realidade, efetivamente, vivenciada pelo autor. Buscou-se contudo, a aproximação mais tênue entre os universos imaginário e o real. Daí, o título : Divagações poéticas, constituir-se num livro leve, livre e verdadeiro em seu passear sobre assuntos diversos patrocinados pela Literatura, sem destituir-lhe de sua essência intrínseca, nem afogar-se lentamente nos pântanos movediços que a palavra às vezes encerra. Razões de sobra desfilam e evidenciam-se pelo fato do livro poder ser lido e interpretado em diferentes fases do domínio cognitivo, pois, não implicando em sequências de conteúdos apoteóticos, intencionalmente preparados a um determinado fim, não compromete-se em chegar ao crepúsculo de um epílogo dotado de extrema vaidade e ufanismo. O Livro, ao mesmo tempo em que fala do amor romântico, também valoriza o lúdico, o poético, o social, o conto, o político, homenageia personagens desconhecidas, refaz através da memória alguns fatos históricos, resgata acontecimentos do passado através de um esforço profundo e rememorável da mente humana, destaca artigos de considerável relevância na rotina do dia a dia, reflete sobre vida de uma forma simples e ligada a uma determinada percepção de mundo, descreve sobre acontecimentos pitorescos do cotidiano, quase sempre, protagonizados por personagens que fogem aos padrões normais de comportamento.  Procurou-se também, em determinadas citações,  acrescentar “links” para serem copiados e colados ao navegador da Internet, na iminência do leitor encontrar-se conectado e interessado em ouvir algumas das composições musicais, humildemente criadas pelo autor, com o objetivo de enfatizar cada  momento.  http://PaulloCarneiro.net





quarta-feira, 5 de junho de 2013

Olhar Romântico ( Música)
Composição : Paulo Carneiro

Ao te olhar logo senti, que o amor aconteceu, meu coração quase parou, todo meu corpo estremeceu, quando você me olhou também...
Eu senti muito prazer, quando você se aproximou me deu a mão e me beijou,
Foi pela primeira vez, me apaixonei só no olhar e me entreguei, sem pensar no depois,
Assim o amor se fez, pela primeira vez, o amor eu e você, não posso te esquecer,
Porque você me fez feliz...