segunda-feira, 27 de maio de 2013

AMO-TE ! PONTO FINAL

    AMO-TE ! PONTO FINAL                                 
………Não há modelos de felicidade que não contemplem o amor praticado entre as pessoas. A fertilidade e o prazer oriundos das relações interpessoais  são requisitos preliminares e complementos de outros valores envolvidos, por isso, não devem ser encarados como únicos agentes e esteios principais da relação amorosa. Sexo gera prazer, mas não é tudo ! Nem tão pouco, o principal argumento que deva prevalecer na manutenção de uma vida à dois...A maior prova de amor é dada quando alguém decide amar ...Simplesmente ama-se e arca-se com os prós e os contras, os ditos e os não ditos, os feitos e contrafeitos, sem cogitar-se a influência das imperfeições. Afinal, que é a imperfeição, quando vista sob uma ótica social,  senão , a fuga aos padrões e valores previamente estabelecidos e em voga na sociedade? Amar em conformidade ao exposto é muito pouco para um coração louco e varrido de paixão, invadido pela sublime emoção do querer sempre e cada vez mais, vulnerável e incapaz de frear a força que o domina e o consome, cego e incrédulo a qualquer tipo de acontecimento  indesejável, por mais transparente, límpido e cristalino que possa se apresentar.  Imune à distância que o aterroriza, em meio a pensamentos muito longe da realidade, às vezes, sobrepujando até qualquer tipo de barreira que o impeça de inebriar-se,  na esperança de manter-se como um grande amor, caminhando, resvalando pelos abismos incontidos da ousadia irracional, enfrentando as intempéries discriminatórias , rumo a glória, rumo ao púlpito do altar das emoções prazerosas… Carente ou não, seja qual for a opção, seja lá o que for ou quem quer que seja, não  importa...é amor o que se quer, é amar do quem se gosta.  Não respeitando-se aos segredos  escondidos atrás da porta da incompreensão, mesmo produzindo pecados  pela omissão, procurando não comprometer-se em coisas que contrariem sua atenção, rebelando-se contra qualquer rastro racional de incertezas e possibilidades de estabelecer-se contrapontos ao desejo voraz do gostar. Joga-se tudo para o ar… Se preciso for, morrer de amor ! Na transgressão ou não de ter vivido em busca das flores do bem,  amargando caminhos tortuosos, inóspitos, escarpados, aparentemente sem saída ou sofrendo as dores e os dissabores resultantes da coragem de lançar-se ao palco da incompreensão, batendo de frente ao convencional, o legal, o empiricamente ideológico, mas, nem sequer de longe…jamais abandonar a nau capitãnea dos sentimentos, deixando-a à deriva no oceano raso da desventura. Energizado pelo tempo, turbulento e contraditório da razão,  amar livremente diante de qualquer opinião ou paradigma científico, religioso, moral, ético, étnico ou coisa que o valha, afinal, o amor é seu ! ...Malgrado esse amor, não divide-se a dor com nínguém,  sequer, com os intelectuais de mercado do achismo predominante, muito menos, com os sofistas de cemitérios, ou os fotógrafos do inferno que andam a sobrevoar e aterrissar os necrotérios e prisões, como abutres de cadáveres, vomitando mensagens de resignação, impróprias, inadequadas, descontextualizadas, mentirosas,  e que não sentem nem de longe a dor que corrompe, avilta, restringe e destrói a vida de quem a sofre. Mundo seu…do seu amor, cuida você,  de sua dor também, não divida-a com ninguém, oportunidade única e  essencialmente subjetiva, portanto, deve ser vivida pessoalmente, sofrida e dotada de todos os ingredientes inerentes a dignificante ação do tentar amar, a partir de sua própria consciência . Do tentar sempre ! Querer sim amar! Independentemente, de qualquer questão...Não importam as opiniões infindas !
     Escravo da própria consciência , eis o grande galardão, eis a  grande empreitada, eis a grande oportunidade do exercício da liberdade, imune a arrependimentos pela gerência própria das decisões.  Ser farto na proposição, transformar-se em pedaços de carne e osso se preciso for e perambular em busca do pão que alimenta a alma,  deixando-se levar pelo que  importa. Que sejas aço no trato, ou fogo que ameace apagar-se sozinho, mas, que não feneça diante da desventura ou ventania atroz, e se aqueça nas brasas, suportando o frio insólito da solidão, estufando novamente o peito ao vento, laçando o tempo nas curvas sentidas do ressentimento e fazendo-o parar à luz do discernimento, em busca de vida inserida em uma nova lição, novo panorama, nova direção...sem vieses aviltantes da alma, átimos de conflito entre a matéria o rito e o ritmo de tornar-se apenas espírito.
   Reflexão, insistência em busca do possível e o inimaginável.  A imagem em sentido contrário do temor situado no mesmo plano em que se concebe a vida, não coadunar-se com o que sentes e percebes por dentro, a não ser, em planos visceralmente diferentes ao real material, arbitrário e imaginário. Evitar a simples e tão decantada trilha do desejo apenas, de amar o amor, tal qual, Tristão e Isolda. Que sejas um andarilho, caminhante intrépido, de corpo esquelético, de rosto sulcado na testa e marcas expressas no pelo avançar do tempo,  de olhos  fechados à poeira dos desertos atravessados, lábios ressequidos e pés descalços e machucados pelas trilhas da emoção, mas, sempre em busca da melhor impressão de vida e do amor…Da melhor sensação real de vida como obra em construção, mãe e filhas da  percepção, unidas a cada olhar, unidas pelas mãos e o coração a pulsar na mesma direção...
    Assim como se ama a lua, as estrelas, o sol, as nuvens e a natureza viva por razões diversas, ...uns valorizando a estética, outros o deslocamento dos astros, muitos a luminosidade, alguns a poesia sentida, rebuscando a essência das coisas, valorizando a melhor forma de compreender melhor a vida e a realidade, ama-se também diante de qualquer dificuldade...
   Sabe-se que amando-se não se consegue abstrair-se totalmente das relações que permeiam a prática social. Segue-se o curso normal de vida e o ser continua a absorver,  sem querer, toda uma plenitude de valores e interesses que pululam na vida social, agredindo e tornando na grande maioria, o relacionamento do casal suscetível a bombardeios intensos e certeiros, frequentes e amargos, dilapidando a beleza e o natural através de valores propalados como o óbices do sucesso, da felicidade...Em consequência, surgem conflitos que contaminam os relacionamentos em sua grande maioria,  herdando-se como parte deles, a herança de um manancial de insatisfações,  que "a priori" , manifestam-se através do desejo inatingível de se racionalizar o irracionalizável, ou seja, o sentimento amoroso ! Amar de verdade é sentir o poder da força irresistível que desprende-se e explode no âmago do ser para transferir-se e depositar-se na figura da pessoa amada em toda sua plenitude. Amar é a manifestação torrencial da emoção, derramando lavas de prazer que se espalham em todas as direções, borbulhando alegrias contagiantes, ungindo, afagando, nutrindo e fortalecendo o insaciável desejo do querer sempre mais, é predispor-se a percorrer as oscilações surpreendentes e frequentes desta estrada, que além de infinita, propõem-se a submissão e aos labirintos indecifráveis de cada etapa em ascensão,  resistindo aos sobressaltos e hecatombes dos asfaltos emocionais, todavia, sem nunca tornar-se descrente de que amar de verdade é o que realmente satisfaz...Amar através da captação e troca de sensações e atribuições de respostas amorosas, engajadas e geradas pelo próprio corpo em movimento, rumo ao delírio do prazer… pela contrapartida sentimental… pela não dissensão de experiências mal vividas ou ainda, não sentidas ou comparadas...Amar ciente de que tais sensações, sofrem transformações em função da energia que empreendem ao reconhecerem-se diante de cada circunstância e, em acorde com o tempo de repetida convivência. Amar aceitando, mutuamente, o compartilhar das mesmas necessidades , interesses, prazeres e vontades, além de encará-los como coadjuvantes imprescindíveis diante dessa escalada incessante em busca da felicidade.. Amar de todas as maneiras e necessidades possíveis, banindo qualquer tipo de orgulho ou vaidade que comprometam no dia a dia sua existência, respeitando-se as melhores idéias, preservando-se a identidade de cada um... Dormir, acordar, e viver todos os dias, querer e ter a certeza, a cada dia, de voltar para casa e encontrar no teu abrigo, um peito amigo, o conforto garantido diante das vicissitudes da vida.  Alegrar-se junto ao peito, revelando em forma de carinho  todas as  conquistas obtidas... Querer chorar de dor ou prazer, sem sofrer nenhum tipo de vergonha, nas necessidades e nos desesperos, no conforto e nas dificuldades, sem medo de errar, pelas tentativas empreendidas de buscar, intensamente na vida, uma forma precisa de felicidade, para entregar a alguuém com muita vontade, enquanto a vida  permitir...querendo sempre  ser a guarda, ser o anjo protetor, o anjo do pergaminho, para escrever  com muito carinho, usando letras de ouro, a história de um grande sonho de amor que de forma lírica brotou no jardim de tuas ansiedades amorosas.
Amo-te ! Ponto final.                                                                                     

 

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